Dois contabilistas baianos foram presos sob a suspeita de participar de
um esquema de fraude nas declarações do Imposto de Renda (IR) de
pessoas físicas, em Salvador. As prisões ocorreram na manhã desta
quinta-feira (4) durante a "Operação Teçá" (olhos atentos),
da Polícia Federal, em parceria com a Receita e o Ministério Público
Federal. Os nomes e idades dos suspeitos não foram revelados. Eles
foram, inicialmente, autuados por fraude, e estão na sede da Polícia
Federal, à disposição da Justiça.
Em coletiva realizada no final da manhã desta quinta, o superintendente
da Receita Federal, 5ª Seção Fiscal, que abrange os estados da Bahia e
Sergipe, Romeu Queiroz, disse que as investigações começaram após serem
constatadas, só do exercício de 2012, quase duas mil declarações
fraudulentas enviadas de um mesmo computador, que fica em um escritório,
no bairro do Comércio, na capital baiana.
As declarações de Imposto de Renda dos dois presos também foram
fraudadas, informou a Receita Federal. Segundo a Receita, também foram
identificados já no exercício de 2013, cujo prazo de envio se encerra no
dia 30 de abril, algumas declarações de contribuintes dentro do equema
fraudulento.
Além das prisões, também foram cumpridos três mandados de busca e
apreensão no escritório e em outra sala comercial, onde trabalhava um
dos suspeitos, e em uma residência, localizada nas proximidades da
Avenida Paralela. De acordo com a Receita, os escritórios são de donos
diferentes, mas os profissionais mantêm ligações. Nos locais foram
apreendidos documentos, e-mails, disco rígido e declarações já
realizadas.
O superintendente da Receita Federal explicou que a fraude ocorre já há
algum tempo, mas só foi identificada no exercício de 2012 por conta do
número de declarações com erros enviadas através de um só computador.
"Foram constatadas cerca de 4 mil declarações fraudulentas em diversos
exercícios. A investigação começou a partir de 2012, quando a Receita
desconfiou da prática. As principais irregularidades são a criação de
despesas médicas, de previdência complementar [privada], depedentes
inventados, muitos deles repetidos em declarações de contribuintes
diferentes ou que não mudavam de idade com o passar dos anos. Há
contibuintes de todo o Brasil. O maior número é de Salvador, depois vem
Rio de Janeiro e Vitória do Espírito Santo", afirmou Romeu Queiroz.
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