Quem nunca teve que se arriscar a andar pelo meio da rua para se
esquivar de banquinhas, carrinhos ou produtos espalhados no chão? Ou
ainda quem nunca precisou atravessar algumas passarelas de Salvador
desviando das dezenas de bancas e as centenas de produtos à venda? Cada
vez mais presente na rotina da cidade, o comércio informal é
representado na figura dos ambulantes que estão espalhados por quase
toda a capital baiana.
[Veja no vídeo a experiência de um pedestre na travessia da passarela do Iguatemi]
Em uma estimativa apresentada pela Secretaria Municipal de Ordem
Pública (Semop), existem em Salvador, aproximadamente, 11.500
trabalhadores cadastrados e cerca de 40 mil trabalhando sem licença da
prefeitura. De acordo com a secretaria, nas datas comemorativas - como o
Natal, esse número varia com a vinda de comerciantes de outras cidades
do estado. A maior concentração dos trabalhadores ambulantes em Salvador
está na Avenida Sete de Setembro, Liberdade, Calçada, Cajazeiras e nas
passarelas da cidade, informa a prefeitura.
Na quinta-feira (14), a Fundação Mário Leal, ligada à Secretaria
Municipal de Urbanismo e Transportes (Semut), apresentou um projeto para
iniciar o ordenamento do comércio informal na Avenida Sete. Conforme o
documento, os ambulantes serão instalados em doze ruas transversais ao
longo da avenida - uma das mais importantes e movimentadas da capital
baiana. O comércio deve ser distribuído em corredores temáticos,
setorizados a partir do tipo de produto vendido. A intenção é dar mais
conforto para a circulação das pessoas pela Avenida Sete. O projeto não
contempla os ambulantes em passarelas.
As áreas para onde serão destinados os trabalhadores estão localizadas
nas ruas Salvador Pires, Pedro Autran, Onze de Junho, Nova de São Bento,
Do Cabeça e 21 de Abril; nos becos do Mocambinho, das Quebranças e da
Maria Paz; além do Largo do Rosário e do Portão da Piedade.
A secretária Rosemma Maluf, gestora da Semop, informou por meio de nota
que o objetivo do projeto é devolver a avenida à população, além de
resgatar o aspecto turístico do local. Quanto ao início das obras, a
secretaria informou que deve fazer um orçamento final e as obras devem
ser feitas em parceria com outros órgãos. Ao total, 966 ambulantes devem
ser contemplados.
Para Asmário Barreto, presidente da Associação dos Trabalhadores
Informais de Salvador, a aprovação do projeto não contemplou os
interesses dos ambulantes "Não concordamos com o que foi aprovado. As
áreas que solicitamos não foram liberadas como a Rua da Forca. Vamos
perder ruas que dão visibilidade para as vendas", afirmou Barreto.
Já para Marcos de Almeida, presidente da Associação dos Vendedores
Ambulantes da Região Metropolitana de Salvador, a decisão tomada no
encontro foi positiva "Se tudo que foi mostrado na reunião, for
cumprido, estaremos satisfeitos. Entendemos que não dá para instalar
ambulantes na Ladeira de São Bento e na Rua Pedro Autran, por conta do
fluxo de veículos. Gostamos do que foi apresentado", disse Almeida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário