A partir desta sexta-feira (19), a Prefeitura de Salvador vai fechar a
Praça do Campo Grande, todas as noites, das 22h às 6h do dia seguinte. A
decisão foi tomada após o assassinato de um estudante na Universidade Federal da Bahia (UFBA) no local, no sábado (13).
Segundo nota divulgada pela prefeitura, o objetivo do fechamento é
garantir tranquilidade e segurança aos moradores do bairro e às pessoas
que passam no lugar, além de tentar coibir atos violentos e a ocupação
da praça por usuários de drogas e moradores de rua.
A ação será conjunta entre a Secretaria de Promoção Social e Combate à
Pobreza (Semps), e a Guarda Municipal, que terá equipes de plantão
durante toda a noite, garante a gestão municipal. Além do fechamento dos
portões que ficam no entorno da praça, cães adestrados também
auxiliarão na segurança do local. A secretaria também vai disponibilizar
carros para serem feitas rondas na região.
Outra mudança será a proibição da entrada de skatistas na Praça do
Campo Grande. Segundo Maurício Trindade, secretário da Semps, o objetivo
é conservar o patrimônio histórico. Os praticantes do esporte serão
orientados a frequentar locais adequados a essa prática, que são as
pistas localizadas na Praça João Mangabeira, no Vale dos Barris, próxima
a Estação da Lapa, ou a pista localizada na Avenida Jorge Amado, na
Praça do Imbuí.
Protesto
Familiares, amigos e militantes do Grupo Gay da Bahia (GGB) fizeram uma manifestação na Praça do Campo Grande, em Salvador, na tarde da quinta-feira (18). Eles cobraram "justiça" para a morte do estudante Itamar Ferreira Souza, que cursava Produção Cultural na Universidade Federal da Bahia (UFBA). O jovem foi encontrado morto na manhã de sábado (13) com ferimento no rosto, submerso em fonte decorativa na mesma praça onde foi feito o protesto.
Familiares, amigos e militantes do Grupo Gay da Bahia (GGB) fizeram uma manifestação na Praça do Campo Grande, em Salvador, na tarde da quinta-feira (18). Eles cobraram "justiça" para a morte do estudante Itamar Ferreira Souza, que cursava Produção Cultural na Universidade Federal da Bahia (UFBA). O jovem foi encontrado morto na manhã de sábado (13) com ferimento no rosto, submerso em fonte decorativa na mesma praça onde foi feito o protesto.
As pessoas seguravam faixas, rezaram e clamaram por justiça e paz.
Fitas brancas, vermelhas e pretas foram amarradas em árvores que ficam
em torno do lago onde o corpo do estudante foi encontrado.
Segundo o presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, responsável pela
organização do ato, as fitas brancas representam paz, a preta o luto e a
vermelha o sangue que foi derramado.
Para ele, mesmo que a homofobia não tenha sido o foco principal da
ação, o fato de Itamar ser homossexual foi um dos fatores que motivou a
agressão. Na avaliação de Marcelo Cerqueira, todos os crimes que
acontecem contra homossexuais são, de fato, homofóbicos.
A ativista Vida Bruno, do Fórum Social Mundial da Bahia,
também acredita que o crime foi ligado à homofobia. Segundo ela,
moradores de rua que presenciaram a ação disseram que, quando Itamar
estava sendo espancado, os suspeitos, sobretudo, a mulher, gritavam:
“morre viado”.
Carla Ferreira, irmã da vítima, espera que a os suspeitos do crime
continuem presos. Ela garante que o irmão não tem perfil de se
relacionar com o tipo das pessoas suspeitas de cometer o crime, e não
acredita nessa versão passada pela polícia. Segundo ela, Itamar era um
rapaz cheio de alegria, inteligente, engajado e que nunca escondeu
namorado da família.
Segundo Carla Ferreira, o amigo de Itamar, Edmilson dos Santos de
Oliveira, que estava com ele no momento do crime, também foi agredido e
permanece internado, reiterou à família que não conhecia os suspeitos do
crime, ao contrário do que foi divulgado pela polícia.
Na versão de Edmilson, conta Carla, ele e Itamar bebiam em um bar e, na
hora de irem embora, passaram pela Praça do Campo Grande, quando foram
atacados pelas costas, sem chance de defesa. "Os bandidos pareciam
animais, batendo com bastante violência e enfiando as mãos nos bolsos
para levarem o que achavam”, teria dito Edmilson a uma das irmãs de
Itamar. De acordo com o Hospital Geral do Estado (HGE), a vítima
continua internada, no setor de Ortotrauma da unidade.
Suspeitos
Scarleth Lira Maia Gomes, que é ex-carateca e ex-jogadora de basquete profissional, Ricardo Hohlennerger Santos, de 25 anos, conhecido como "Lerdinho" e o adolescente de 17 anos são os suspeitos já presos. A procura da polícia é pelo último foragido, apelidado de "Índio".
Scarleth Lira Maia Gomes, que é ex-carateca e ex-jogadora de basquete profissional, Ricardo Hohlennerger Santos, de 25 anos, conhecido como "Lerdinho" e o adolescente de 17 anos são os suspeitos já presos. A procura da polícia é pelo último foragido, apelidado de "Índio".
A polícia informou que Scarleth foi responsável pelos golpes contra
Itamar e Edmilson, que, desacordados, foram lançados em uma fonte da
praça. Ela já morou na Bolívia e na Guiana atuando como jogadora de
basquete.
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