Internos do Hospital de Custódia e Tratamento, na Baixa do Fiscal, em Salvador,
fizeram um protesto e destruíram uma ala inteira da unidade no final da
manhã desta segunda-feira (8). Segundo o major Júlio César, diretor de
segurança prisional da Secretaria de Administração Penitenciária e
Ressocialização (Seap), os manifestantes cobram melhorias internas. A
rebelião terminou por volta das 13h.
Três internos ficaram levemente feridos e receberam atendimento dentro
da unidade prisional, informou a assessoria da Seap. Os homens que
participaram do protesto destruíram toda a ala médica do Hospital de
Custódia. Uma ambulância foi acionada para fazer o atendimento dos
feridos.
De acordo com o major Júlio César, não houve reféns. Ele relata que até
o início da tarde desta segunda-feira, não tinham sido identificadas as
pessoas que deram início ao protesto. Os presos que receberam
atendimento sofreram cortes no queixo e na mão, informou a assessoria.
A mobilização dos internos teve início quando ia começar a distribuição
do almoço dos pacientes. Os homens colocaram fogo em colchões de três
alas: B, C e D, completa o major. O Hospital de Custódia tem capacidade
para 150 pessoas e atualmente abriga152 internos.
Viaturas do Corpo de Bombeiros, das Rondas Especias da PM (Rondesp) e do Batalhão de Choque foram até o local.
Joselita Braga tem um filho de 43 anos que é esquizofrênico e está
internado há onze meses, com previsão de sair no próximo mês de maio.
"Cheguei, tinha a maior fumaceira aqui. Minha filha que me ligou e
avisou". A mãe do interno relatou que una funcionária saiu do hospital e
informou que estavam todos bem lá dentro. "Falei com ele hoje cedo, e
ele não disse nada. Estava tudo bem", acrescentou.
Por meio de nota, a Seap informou que melhorias estruturais na unidade
já estão em fase de licitação na Sucab (Superintendência de Construções
Administrativas), como projeto de reforma estrutural e de manutenção do
hospital, incluindo recuperação elétrica, hidráulica e sanitária,
substituição de janelas e esquadrias e pintura, entre outras. A reforma,
avaliada em R$ 840 mil, deverá ter início no prazo de 90 dias, depois
de cumprido o prazo legal licitatório.
O Hospital de Custódia e Tratamento recebe indiciados, processados e
sentenciados, suspeitos ou comprovadamente portadores de doença mental
ou de desenvolvimento mental incompleto ou retardo em regime fechado, em
regime de internação e por determinação judicial, para perícia,
custódia e tratamento.
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